dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     27/04/2024            
 
 
    

Nas décadas de 1960 a 1990 a cidade de Rio Verde, GO, passou por crescente desenvolvimento urbano, sendo iniciado neste período processo de extração de cascalho a montante da microbacia do Ribeirão Abóbora pela prefeitura para construção de estradas rurais e pavimentação asfáltica da cidade. A extração sem planejamento provocou a degradação da área surgindo processos erosivos até a formação de uma voçoroca, assoreando as margens do Ribeirão Abóbora.

Mediante a situação de degradação as atividades agropecuárias da região e as nascentes ficaram comprometidas com a erosão.

Em 1995 os produtores reuniram - se e decidiram trabalhar na recuperação da área onde se formou a erosão, desta forma despertou-se a conscientização ambiental e neste projeto foram mobilizados alunos e professores de escolas e universidades.

A erosão foi avaliada e considerada um problema ambiental de alto impacto, então houve necessidade de solicitar a colaboração de órgãos municipais e estaduais para ajudar a solucionar os problemas, estes órgãos disponibilizaram recursos financeiros, máquinas e pessoas para recuperar o solo com práticas conservacionistas de terraceamento e reflorestamento.

Em 2008 ocorreu um acidente que contaminou o Ribeirão Abóbora com resíduos industriais de uma empresa privada, por estar localizada próximo à captação de água, onde o abastecimento da cidade de Rio Verde-GO foi comprometido. O Ministério Público junto ao Movimento Águas do Rio (proprietários rurais da área afetada) e professores FESURV (Fundação de Ensino Superior de Rio Verde) elaboraram o TAC (Termo de Ajuste de Conduta), que obrigou a empresa a fazer o cercamento das nascentes e plantio de espécies nativas num raio de 50m  para protegê-las.

Em levantamento neste mesmo ano foram identificadas 29 propriedades com 54 nascentes, as quais foram classificadas da seguinte forma: 12 preservadas, 31 em regeneração e 11 degradadas.
Em 2011 foi criado através da Lei Municipal 6.033/11 o Programa Produtores de Água (PPA), sob a coordenação da Superintendência do Meio Ambiente, que visa promover a recuperação e a conservação das nascentes que abastecem o Município de Rio Verde, a fim de garantir a qualidade e a quantidade de água, incentivando os produtores rurais a se envolverem no processo mediante a compensação pelos serviços ambientais por eles prestados.

Ao iniciar o programa houve a necessidade de fazer novo levantamento pela equipe do PPA, trabalhadores da Superintendência do Meio Ambiente,  composta por um coordenador e  dois colaboradores, que identificaram o mesmo número de propriedades e nascentes com relação ao levantamento anterior, sendo que foram encontradas modificações positivas nos aspectos do estado de  conservação das nascentes que foram classificadas em: 13 preservadas, 37 em regeneração e 4 degradadas. Este resultado foi positivo vendo que houve uma recuperação das nascentes, por exemplo, no caso das nascentes degradadas passaram  de 11 para 4, a diferença passou para o estado de em regeneração.

Os proprietários das 29 propriedades foram convidados a participar de uma reunião onde foram lhes apresentado o Programa Produtores de Água e  expostos os objetivos do projeto que são: recuperação e conservação das nascentes, garantir a qualidade e a quantidade de água, reconhecer financeiramente o trabalho do produtor rural.
Os proprietários abraçaram a idéia do programa e decidiram participar voluntariamente do mesmo, vendo que todos tinham o mesmo interesse formaram a Associação de Produtores de Água da Microbacia do Ribeirão Abóbora.

Nesta mesma reunião foram definidas etapas a serem desenvolvidas, onde a primeira etapa será a recuperação e conservação das nascentes e a segunda etapa a recuperação da mata ciliar ao longo dos cursos de água que são captados para o abastecimento da cidade de Rio Verde, do Ribeirão Abóbora, Ribeirão Laje e Córrego Marimbondo.
Conforme levantamento das propriedades identificou-se que a atividade predominante é a produção de leite, este foi o motivo pelo qual se utilizou o preço do litro do leite para calcular o pagamento da recuperação ou conservação da nascente.

O calculo para o pagamento foi realizado em função das seguintes variáveis: preço do leite, média produtiva e área a ser recuperada.
1 nascente raio 50m. (7.854 m² ) = 1 unidade de animal/há;
Média produtiva leiteira de Rio Verde = 5 litros por dia;
Valor médio do leite R$ 0,83 Litro
5 L/dia x 30diasx 0,83 = R$ 124,27 mês

Este valor encontrado, R$ 124,27 será pago pela nascente preservada ou regenerada e 50% deste valor para nascente em regeneração.
A fonte financiadora do PPA é a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento/ Superintendência do Meio Ambiente, que destina 30 % dos recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente para remuneração dos produtores rurais, caso as APPs das nascentes de suas propriedades se encontrem  Preservadas/Regeneradas ou  Em regeneração.

O pagamento aos produtores rurais é feito através da Associação do Ribeirão Abóbora, que esta por sua vez recebe da Prefeitura Municipal de Rio Verde por meio do convênio assinado por ambas as partes. Este pagamento é efetivado a cada seis meses, após emissão de Laudo Técnico, realizado por  câmara técnica formada expressamente para  avaliar o PPA.

O primeiro pagamento correspondente ao primeiro semestre deste ano foi realizado dia 05 de junho, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente; seguidamente marcaremos uma reunião para reavaliar o programa.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Arci Mendes - Jacto
03/08/2012 14:16:08
Excelente e exemplar trabalho de concientização ambiental e de preservação envolvento todos os stakeholders (interessados), preservando,recuperando a natureza de forma valorizada e mantendo o valoroso homem do campo inserido nesse meio e garantindo seu sustento. Parabens aos pesqusadores puxadores do assunto e a todos os participantes. Arci Mendes

Para comentar
esta matéria
clique aqui
1 comentário
Integração reduz impactos ambientais
Além de emitir menos gás carbônico, lavouras, pastos e florestas integrados minimizam problemas com erosão e degradação do solo
Inseticida combate broca-da-erva-mate sem agredir ambiente
Bovemax, que deve chegar ao mercado este ano, utiliza apenas um óleo vegetal e um fungo que causa doença ao inseto da cultura
Pimenta bode: cheiro forte, frutos uniformes e ideal para conserva
Embrapa Hortaliças vai lançar pimenta em junho, mas sementes só chegam ao mercado para os produtores no ano que vem
Ração de galinhas poedeiras proporciona maior lucratividade na venda de ovos
Diminuição do nível de fósforo reduz custos da mistura
Dica: bê-a-bá da balança rodoviária
O emprego destes equipamentos reduz os custos operacionais e proporcionam agilidade. Para garantir pesagens seguras, no entanto, é importante estar munido de algumas informações.
O uso de maturadores na cultura do café
Alternativa de produto tem o objetivo de, com sua aplicação foliar, promover maior uniformidade da maturação e também a antecipação da colheita de 15 a 20 dias.
Produção de Híbridos na Piscicultura
Tecnologias como a indução hormonal e reprodução artificial, tornam a produção de peixes híbridos uma prática relativamente simples
A pecuária e os gases de efeito estufa
A qualidade da dieta do animal tem forte influência sobre a emissão de metano e é essa uma das principais linhas de pesquisa visando mitigar a emissão de GEE
A maior oferta de carne bovina no mundo depende de nós
Os números recentes da pecuária comprovam que a atividade responde rapidamente aos investimentos
O descaso das autoridades ocasionou prejuízos aos produtores de feijão
O que os produtores desejam são regras claras. Se não há recursos para cumprir as promessas, não as façam. Não induzam a pesados prejuízos os sofridos produtores brasileiros
Nova cultivar de feijão rende de quatro a cinco mil quilos por hectare
Indicada para produtores de PR e SP, a IPR Tuiuiú deve chegar ao mercado em 2011
Embrapa investe em tecnologias sustentáveis para combater doenças na lavoura
A expectativa é que dentro de dois anos novos produtos não tóxicos estejam disponíveis
Fitorreguladores equilibram desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta
Substância reguladora impede que algodoeiro cresça demais, reduzindo os custos de produção em 4%
Inseticidas usam bactérias para combater insetos nas plantações
Produto não agride o meio ambiente, é 100% eficaz e pode ser usado em diversos tipos de cultura

Conteúdos Relacionados à: Água
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada